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Maurício Oliveira – Assessor econômico
Após dois meses e meio de isolamento social no país, diversos Estados brasileiros iniciaram um processo gradual de reabertura de atividades econômicas não essenciais. Vale enfatizar que a pandemia do coronavirus continua em ritmo ascendente e sem previsão de achatamento da curva de contágio. Essa flexibilização é perigosa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a flexibilização do isolamento social deve vir acompanhada de muito rigor na obediência a critérios de segurança, tais como, uso de máscara, distanciamento entre as pessoas, higienização pessoal constante, controle do fluxo de pessoas (evitar aglomeração), medição da temperatura e higienização dos ambientes fechados. A flexibilização não pode significar descuido e, por enquanto, não significa também o fim total da quarentena. O grupo de risco e os idosos devem permanecer em casa. A adoção da flexibilização se faz necessária para as populações que não possuem renda fixa e para evitar uma quebradeira generalizada de micro e pequenas empresas que já se encontram em situação de alto risco financeiro em seus negócios. Mas tudo dentro das regras sanitárias de proteção. Quanto ao emprego, vai demorar muito para ser reaquecido. Entretanto, a flexibilização não significa que a retomada da economia será imediata e que haverá uma recuperação rápida. Não. A perda de renda está sendo muito grande durante a pandemia, o desemprego baterá recordes de crescimento e o consumo já caiu enormemente. A retomada só acontecerá quando o consumo voltar a crescer e isso não se consegue prevê. Os indicadores econômicos e sociais do segundo trimestre do ano (abril a junho), quando então se verificará os reais impactos da pandemia, se mostrarão desastrosos com uma forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) e o surgimento de uma grande recessão econômica no país. A retomada dos negócios informais (vendedores sem renda fixa) vai demorar muito e, enquanto isso não ocorre, será fundamental a ampliação do prazo de validade do auxílio emergencial de R$ 600,00 por mais alguns meses. Por outro lado, o acesso ao crédito pelas micro e pequenas empresas está muito difícil. Os bancos não querem perder. As empresas estão muito endividadas, com equipe de funcionários reduzida (muita demissão) e sem estoques para venda. Nesse quadro, sua capacidade de pagamento de empréstimos é muito limitada (quase zero). O Governo Federal tem que dar a sua garantia financeira para o acesso ao crédito bancário. Quanto aos aposentados e pensionistas do INSS, é necessário que as parcelas do crédito consignado sejam suspensas temporariamente, de modo a ajudá-los nesses tempos difíceis de pandemia. O início da flexibilização social é um teste. É preciso haver monitoramento dos índices sanitários da população por parte das autoridades públicas estaduais e municipais. É preciso também que haja acompanhamento dos índices econômicos durante a flexibilização. Por fim, é preciso que fique claro que ainda não existe vacina para o coronavirus, portanto não existe cura. Além disso, não há remédio aprovado pela ciência, as UTIs estão lotadas, não há testes em massa e não existem respiradores em quantidades suficientes. Com a reabertura gradual do comércio, a retomada de alguns tipos de trabalho e a volta dos espaços públicos de circulação, todo cuidado é cada vez mais fundamental para a saúde, principalmente para os idosos, que devem permanecer em casa. Por Livia Rospantini - COBAP
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