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Ex-líder do Governo está recriando o Partido Nova Democracia, trazendo deputados e líderes regionais
Longe dos holofotes da grande mídia, o ex-deputado federal Cândido Vacarezza, concedeu entrevista exclusiva e relatou seu audacioso projeto de reconstruir um novo partido. Durante muito tempo, foi líder do governo petista na Câmara, período em que assumiu posições polêmicas para evitar um desgaste a Lula. Distante da tribuna, seu trabalho agora é arregimentar lideranças para a nova sigla. Ele discorda de diversos pontos da PEC 287, pois acredita que a Reforma da Previdência deve ser debatida de forma democrática com trabalhadores, aposentados, sindicatos e principalmente com a COBAP (entidade que passou a respeitar após fortes embates). Vacarezza respondeu a todos os questionamentos sem usar de demagogia ou meia palavras. Diz não temer a críticas e que todo homem público precisar adotar e manter uma posição, seguindo suas convicções, doa a quem doer. E N T R E V I S T A COBAP: O senhor tornou-se uma figura histórica no Partido dos Trabalhadores. Quais as heranças positivas que carrega após tanto anos de militância? Vacarezza: Comecei minha militancia politica na decada de 70, na luta contra a Ditadura e pela implantação da Democracia no Brasil. Fui integrante de organizações de esquerda e participei da reestruturação do movimento estudantil. Fiz parte da primeira diretoria da UNE, ajudei a construir o PT na Bahia e depois em São Paulo. Ocupei vários cargos de direção do PT, fui deputado estadual e deputado federal, ao longo desta trajetória sempre defendi, que o Brasil teria que ocupar um melhor lugar no mundo e o povo um melhor lugar no Brasil. Portanto vejam que não só o PT mas toda minha trajetória politica me deixaram um legado e uma compreensão da realidade que me credenciaram para os desafios enquanto estivemos na oposição, quando fomos governo e agora para esse momento de reconstrução por qual o país esta passando. COBAP: O PTdoB, que brevemente será rebatizado de “Nova Democracia” vai nascer com quantos parlamentares e qual o principal diferencial deste partido das demais legendas? Vacarezza: Eu pretendo contribuir para que o PTdoB seja um dos núcleos de um novo partido de centro esquerda no Brasil, sem o esquerdismo ingênuo, estatismo, autoritarismo e hipocrisia que, infelizmente, tomou conta de algus que se dizem de esquerda. Hoje o PTdoB tem 4 deputados, acho que em breve teremos mais. COBAP: Qual vossa opinião sobre a Reforma da Previdência. Se ainda fosse deputado federal, como se comportaria diante da PEC 287/2016? Vacarezza: Sou a favor de uma reforma da previdência civilizatória e que respeite o direito de quem já entrou no sistema. A reforma deve valer para todos que começarem a trabalhar hoje e amplamente discutida com os trabalhadores para construirmos juntos um sistema justo e equilibrado. COBAP: Quando o senhor era líder do governo, mesmo sendo aberto ao diálogo, em 2010, foi duramente criticado por “barrar” a votação de projetos e reajustes importantes dos aposentados. Existe arrependimento desta conduta ou acredita que cumpriu seu papel? Vacarezza: O presidente era o Lula, a quem cabia a decisão. Como você bem disse, eu era líder do governo na Câmara, não Presidente da República. Devo destacar que em nenhum momento do governo Lula houve perda para os aposentados, ao contrário, houve ganhos. Em relação ao reajuste de 2010, que você está se referindo, o presidente Lula colocou um aumento acima da inflação, perdemos a votação no Congresso e eu defendi que o aumento aprovado fosse sancionado e não vetado como o governo anunciara anteriormente. Inclusive, após a reunião do governo quando o presidente Lula resolveu sancionar o aumento de quase 8% para uma inflação em torno de 4,5, eu fui escalado, pelo presidente, para dar esta informação em coletiva à imprensa no Palácio. COBAP: A partir de agora, caso volte ao Congresso Nacional, terá uma postura governista, responsável ou pretende empunhar a bandeira dos aposentados? Vacarezza: Precisamos entender que se estamos no governo temos que defender as posições do governo, seria assim se os aposentados tivessem um partido e esse partido fosse governo. Meu mandato sempre se pautou pelas questões de estado, nunca fui deputado de um segmento ou de uma categoria, mas minha atuação não se furtará em debater e até defender questões relativas aos aposentados, principalmente se forem bandeiras justas. COBAP: O senhor foi um dos maiores articuladores de Lula e Dilma, sendo íntimo de ambos. Apesar dos grandes avanços sociais, por que os presidentes petistas deixaram a desejar com os aposentados? Vacarezza: Minha relação com a presidente Dilma e com o presidente Lula era politica que se pautava pelas ações do governo e do PT. Não acho que eles deixaram a desejar em relação aos aposentados do INSS. Houve ganhos reais de salários para a maioria dos aposentados ao longo dos governos Lula e Dilma.
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